Confesso que nunca fui muito fã da Luluzinha e tudo indica que essa impressão ruim que eu tinha do desenho não passou. A mocinha, tal qual a Mônica cresceu e também se transformou em mangá.
A Ediouro está divulgando que gastou mais de R$ 1 milhão para encontrar o tom certo da sensualidade que o alvo do produto exige. A estilista Glória Khalil foi a responsável pelo visual da personagem.
Vale notar que as garotinhas viraram adolescentes com o corpo perfeito, estilosas e lindas!
Uma disputa e tanto para as garotas normais que tem TPM, conflitos com o próprio corpo, insatisfação com o seu estilo de vida... e por aí vai!
Daqui a pouco, serão transformadas em Barbies, com mil e uma profissões, peitos e bundas em ordem e ainda namorando o Ken ou o Bob (nunca soube dizer qual era mesmo o par dela).
É o tal problema da erotização de personagens infantis. Ok, as duas foram feitas para serem vendidas para adolescentes e não vivemos mais em uma sociedade tão tacanha que proíbe falar sobre sexo e outros assuntos obscuros (será?).
O Cebolinha “pira” diversas vezes olhando para a bunda e para o peito da Mônica!!! Será que mostrando essa atitude eles não estão dizendo algo do tipo: “olha, é normal ficar ‘secando’ as mulheres. Vamos, faça igual”.
Existe uma repetição de padrões e comportamentos machistas que acabam então ficando sedimentados no imaginário da sociedade, que passa a repetir, reproduzir, pérolas como essa.
Não li ainda a história da Luluzinha, mas a foto que está sendo divulgada diz muito sobre isso...
E aí, enquanto a gente lia sobre um garoto que tentava dominar a rua e só se dava mal, as crianças de hoje (que apesar de não serem o alvo vão acabar criando uma identificação com o produto e classificá-lo como um modelo a ser seguido) irão ler sobre como uma adolescente gostosa pode ser olhada indiscretamente, usar saia curta para conquistar e servir como modelo de perfeição a ser alcançada.
PS – eu acompanho o gibi da Mônica e tirando alguns detalhes, estou gostando bastante....