quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Quem é o telespectador?

Não entendo a necessidade de nivelar por baixo. William Bonner há algum tempo comparou o telespectador ao Homer Simpson. Deu aquele bafafá, mas acabou. Estranho é pensar que muitos programas são feitos dessa forma. Ontem, estava vendo Ídolos. Tá na fase em que eles foram peneirados, portanto, sem tantas bizarrices como no começo. Alguns candidatos escolheram músicas que não são tão conhecidas do grande público; ao menos segundo os jurados, que os criticaram por cantarem músicas que não agradam ao público. Quem disse que não agrada? Quem decretou que o que não é conhecido é ruim? Eita mania de nivelar por baixo....

sábado, 29 de agosto de 2009

O famoso e a relação com o fã

Puxa vida, faz tempo que não apareço aqui e também não tenho muito tempo... Trabalho para entregar no próximo sábado e início de pesquisa pra minha monografia. Daí já viu! Masssss, precisava muito vir comentar sobre a nova relação entre artistas, personalidades e o público. Ferramentas como o Twitter aproximaram os dois lados e quebraram barreiras. Pessoas que se achavam inatingíveis deixaram de se ver assim e os fãs que idolatravam personalidades agora têm a oportunidade de garantir uma maior “convivência”e então, conhecer melhor quem está do outro lado.
Alguns conseguem tirar de letra. Nesse momento só lembro de personalidades internacionais. Demi Moore e o namoradão lindo são prova disso. Até já salvaram uma fã ligando para o serviço de emergência!
No Brasil, parece que quem cai do pedestal não consegue lidar bem com a situação de “ser gente normal”. Apesar de adorar dar entrevista dizendo que faz “coco” como “gente normal”, não gosta de ser tratado assim.
A situação que me fez ter vontade de escrever foi criada pela Rainha dos Baixinhos e sua princesa e sucessora. Ao escrever “sena” (sic) no twitter da mãe, Sasha deflagrou uma das grandes guerras mundiais. Exagero meu? Que nada, a rainha Xuxa deu uma entrevista dizendo que “Não permitirei que mexam com a honra de minha filha. Ou essa coisa nojenta, esse Twitter acaba, ou meus advogados vão proibir essa barbaridade”.
Entendeu bem? A menina escreveu errado, o povo riu, Xuxa defendeu dizendo que ela havia sido alfabetizada em inglês e com toda a chateação das pessoas que acessam a página da apresentadora, decidiu acabar com o Twitter. Óbvio!!!
Com tantos casos de bullyng no País, nossos juízes devem tirar o twitter do ar porque sacanearam a menina!
Ou os artistas passam a ter mais maturidade ao lidar com o público ou situações assim serão bem mais comuns do que deveriam. Segue a reportagem na íntegra tirada da página do JB com informações do Portal Terra. E nem adianta procurar nada na página da Xu, ela apagou toda a baixaria e o último recado é: “fui vcs não merecem falar comigo nem com meu anjo”. Vai entender!

Xuxa diz que quer acabar com Twitter após abrir processo

Portal Terra
RIO - A apresentadora Maria da Graça Meneghel, a Xuxa, processou na última quarta-feira o serviço de rede social Twitter sob a alegação de ofensa moral, difamação e ameaça verbal contra ela e a filha, Sasha. Quando a apresentadora lançou seu perfil em 3 de agosto, surgiram comentários maldosos questionando as habilidades intelectuais de Xuxa e Sasha por causa de postagens com erros ortográficos. As informações são da GloboNews.
- Não permitirei que mexam com a honra de minha filha. Ou essa coisa nojenta, esse Twitter acaba, ou meus advogados vão proibir essa barbaridade - afirmou em entrevista ao jornal GloboNews.
Em nota oficial divulgada por sua assessoria, Xuxa pede a "retirada de todo o conteúdo e referências ofensivas e difamatórias contra ela e Sasha, além do congelamento do serviço (do Twitter) no Brasil".
20:03 - 28/08/2009

terça-feira, 21 de julho de 2009

Um Oceano de Medo...

Fui assistir ao espetáculo Oceano, do Circo Roda Brasil - uma junção dos já tradicionais Parlapatões e dos Pia Fraus. É impressionante os efeitos conseguidos com objetos simples e de uso cotidiano. Com um guarda-chuva os atores conseguem criar luminosas águas-vivas. Os patins dão a fluidez para os peixinhos do fundo do mar. Vários adultos se esticaram para colocar a mão em uma enorme baleia inflável que passou por cima da plateia.

Como em todo bom circo, existiram muitos números de palhaços. Lembra do desenho do Pernalonga, quando o Presuntinho caçador tentava atirar nele? O palhaço também seguia o atirador de arpões durante a contagem evitando assim de ter sua cabeça dividida ao meio junto com a maça. Confesso que nunca fui chegada a esses seres com maquiagens e narizes vermelhos. Não era medo, mas meu humor não é nada sensível a coisas como torta na cara, ou até mesmo aquela maldade ingênua a lá Pica-Pau que muitos gostam de fazer. Dessa vez foi diferente! Cativaram a mim e a todas as pessoas presentes. Com piadinhas inteligentes e muita participação do público, eles conseguem nos aproximar do que está sendo passado ali. Teve até o passinho do Michael Jackson feito por um palhaço. Impossível não rir. O momento comédia pastelão ficou por conta de um trio de dançarinos do fundo do mar. Com nadadeiras nos pés e nas mãos, eles dançavam no ritmo da música e acabavam na maior pancadaria como nos Três Patetas. Aquela coisa de “sem querer” acabar acertando um chute na bunda de alguém.

Como se não bastasse, muitos trapezistas, malabares, verdadeiros shows que comprovam que o corpo humano pode fazer muito mais do que imaginamos. Profissionais supercapacitados ou suicidas mesmo, apenas um número contou com proteção, que se arriscam em manobras bem distantes do palco às vezes usando apenas a cabeça como garantia.

O espetáculo usa o argumento de que um menino, durante o banho, perdeu seu patinho de borracha e, ao ir atrás dele, acabou parando no fundo do oceano (Dái vem o nome, claro!). O garoto medroso sabe que Netuno tem seu brinquedo, mas sente tanto medo que não sabe o que fazer.

São poucas as cenas que trazem informações sobre a história em si. A primeira é do menino perdendo o pato e chegando ao fundo do mar, depois, ele tem mais alguns encontros com o seqüestrador, mas o que interessa mesmo é que antes e depois desses encontro entra em cena o verdadeiro espetáculos, os trapezistas, patinadores, palhaços e muitas outras atrações que recheiam o teatro e acabam por serem o grande encanto de tudo.

As referências ao nosso cotidiano também não pararam em Michael Jackson. O Yellow Submarine dos Beatles com quatro trapalhões é quem chega para dar o ponto final à confusão. O “Segredo”, segundo esses palhaços é que quando você pensa, você faz. Dito isso, uma maça despenca do ator dando a entender que o que você faz assim é “merda”. Tem ainda um gorducho sendo chamado de Gisele Bündchen e a notícia confirmada de que ela está grávida.

Citei acima os Três Patetas, mas o humor da trupe pode ser comparado ao de Charles Chaplin, Mazaroppi, e até o início de carreira dos Trapalhões.

A iluminação é um show à parte. A maior parte do espetáculo, inclusive a preparação do cenário do próximo número acontece ali, bem na frente do público, para então chamar atenção ao que realmente importa e camuflar essas atividades, a luz e o escuro entram com papéis importantíssimos. Assim como no chamado 1º Cinema, quando a câmera não se movia e cabia à ação “entrar” dentro do ângulo de filmagem, cabe à iluminação selecionar o que deve ou não aparecer.

A música é outro fator principal. Com direito a um percussionista no canto do palco, a sonorização do espetáculo acompanha a ação. Criada pelo Titãs Branco Mello, a trilha sonora vai acompanhando o clímax das cenas. Para o casal de surfistas que dão um show em uma corda, a música no melhor estilo praiano. As sereias ganham uma música mais sedutora que consegue aumentar a graça de seus movimentos.

A dura crítica à Lei Rouanet, que segundo o ator, deveria dar mais destaque para produções nacionais ao invés de dar o dinheiro para espetáculos que custam muito caro “uma fileira nossa seria o suficiente para comprar uma única entrada para o Cirque Du Soleil”, deixa bem claro o discurso do espetáculo. Complementando o que foi verbalizado, eram apresentados símbolos nacionais. A capoeira foi introduzida no fundo do mar com caranguejos bem capacitados que transformam a roda em uma incrível demonstração de habilidade.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

A arte num arranjo Floral

Meus avós por parte de pai e de mãe moravam em Alumínio, São Paulo. Aliás, a cidade na qual eu só não nasci porque não tinha hospital. Sou são roquense, mas, por uma pequena questão de “oficial”. Desde muito pequena sempre vi minha avó paterna cercada de arranjos florais. Era meu avô, pai de minha mãe, quem recolhia lindas flores da CBA e levava para ela. Dona Ata, como é conhecida, nunca teve uma técnica. Usava seus conhecimentos sobre harmonia para deixar o arranjo de uma forma que gostasse. Até hoje ela faz arranjos com flores artificiais para serem vendidos no 1,99 de um tio.
Mas para os artistas florais isso é quase um sacrilégio. A arte floral evoluiu e pessoas como a minha avó são vistas apenas como uma espécie de pintores amadores... Quando não, como pragas que insistem em tirar o lugar dos “verdadeiros” artistas.
Escrevo na revista Arranjo Floral e, nesse pouco mais de um ano que estou aqui, pude perceber um pouco como se deu a evolução dessa técnica. Das floriculturas que davam cursos às grandes escolas internacionais.
Hoje, para compor um arranjo não basta dispor as flores e folhagens de modo harmônico. Existe muito mais por de trás disso. Tanto que algumas escolas se diferem pelo estilo.
A arte com flores está em um patamar acima. Ter uma revista só sobre esse assunto é uma mostra disso. É bom perceber que algo está evoluindo, crescendo e ganhando adeptos. Quem sabe um dia não chegue ao patamar de grande arte elevando nomes que gosto tanto como Ana Foz, Corina Wais, Orlandio Silva, Alfredo Tilli e outros....

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O mundo da arte se encontra na Paulista

Tenho uma história de muito carinho com a Avenida Paulista. Foi no prédio da Gazeta, ao lado do Objetivo que passei quatro anos enquanto estudava jornalismo na Casper Líbero. Por uma dessas felizes coincidências, eu tive o prazer de nessa época conseguir trabalho na mesma avenida. Durante os dois primeiros anos, estagiei em uma assessoria de imprensa que ficava em frente ao Conjunto nacional. Precisava andar um bom trecho dela para chegar à faculdade. Era um dos momentos preferidos, ver todos aqueles homens de terno e mulheres em roupas de executiva era o máximo para uma estudante que ainda desfilava só de tênis e camiseta. Depois, fiquei mais dois anos num grande portal. Bem em frente à Casper. Nesse período eu notava algumas pessoas com roupas mais diferentes, mas ainda assim, era uma espécie de atração quando passava algum ser vestido com algumas espécies de “fantasias”.

Continuo trabalhando na região e todas as sextas-feiras passo pela Paulista para poder pegar o metrô. É impressionante a quantidade de artistas que se espalham pelas calçadas. Chega ao cúmulo de você ouvir músicas que “marcaram época” - ou seja, aquelas bem bregas e do tempo em que nossos pais dançavam em bailinhos – com um triângulo sendo tocado por um nordestino que berra canções como Asa Branca.

Escritores também têm seu espaço, vendem de poesias com adesivos meigos (eu ganhei uma linda dessa poetisa), livros contando suas vidas, contos infantis... e por aí vai! Tem até um senhor que fica bravo quando alguém lhe diz que não quer comprar o seu cartão!!! A Paulista é uma representação do mundo. Tudo que você encontra no macro, tem ali, nesse microcosmo. Vale a pena “ganhar alguns minutos” passeando por lá e descobrindo o que os artistas do “gueto” estão fazendo!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O fim do Cristo Redentor

Tente se lembrar quantas vezes você viu a Estátua de Liberdade sendo destruída! Pois é, isso já aconteceu muitas vezes durante a história do cinema, posso apostar até que alguém já deve ter contabilizado o fato. No entanto, precisamos nos preparar para uma grande surpresa no mundo da destruição de monumentos da sociedade. O novo alvo é o Cristo Redentor. Prepare-se para ver, pela primeira vez, uma estátua que realmente representa algo para nós, brasileiros sendo destruída. Ver a estátua da liberdade sendo partida tem uma conotação para os norte americanos e outra para nós, brazucas. Duvido que não vai dar uma dorzinha no coração de ver destruindo o Cristo que foi beijado nas mãos pelo trapalhão Didi... Imagina ele ser destruído!
O alemão Roland Emmerich apresentou o trailer de 2012, que estréia nos cinemas norte americanos no dia 13 de novembro. Para quem não sabe, também são deles os filmes O Dia depois de amanhã e Independence Day. Vale a pena conferir a diferença de sensações....

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O mundo é colorido! Só falta enxergar...

Falta de assunto é FODA! O pior é que se analisar um pouquinho a televisão percebe-se que não é um problema só meu. O branco é um dos melhores espaços para se criar ao mesmo tempo, é um dos grandes temores dos criativos...

O branco é ainda uma grande fonte de discussões. Duvida?
Segundo o Houaiss, branco, entre outras coisas, é a cor que acalma, brilhante, branco, límpido. É também o antônimo de negro que, por sua vez, é o que tem a pele escura; sombrio, escuro e tenebroso.

Percebeu algo? Pois bem, nosso dicionário representa um certo pensamento muito difundado desde que o Brasil é Brasil (talvez até bem antes que isso), algo que juramos que não existe, mas está aí, bem nos nossos olhos. O problema é que estamos com uma lente de contato colorida...

Nessa lente, fingimos que a Parada do Orgulho Gay é algo normal - mas não damos importância para as pessoas que foram machucadas no evento. Fingimos ainda que negros não têm problemas para achar seu lugar no mundo. Deficientes? Que isso? O Brasil é um paraíso para eles. Todos conseguem espaços reservados e a arquitetura não dificulta a mobilidade...
Pessoas diferentes, obesos, gordinhos, feios, estranhos, cabelos toin toin, brancos muito alvos... Enfim, todos os "não-normais" recebem respeito merecido simplesmente por serem seres humanos!
Pois é, o branco... e eu continuo sem palavras!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Bravo!

Não sou muito de ler revistas. Minhas paixões são livros! Mas, por causa da pós estou abrindo horizontes e comecei a comprar a Bravo.

Como minha cabeça não pára, fiquei a pensar no porquê dessa revista não se popularizar. Primeiro tem o preço, razoavelmente alto. Com esse valor, dá para um almoço excelente, várias passagens de ônibus, um lache do McDonalds ou muitas outras revistas de R$ 1,99. Enfim, para um país culturalmente acostumado a não gostar de "assuntos culturais" e que acredita que alguns assuntos são feitos para serem discutidos apenas por uma classe de privilegiados, não vai mesmo gastar dinheiro com uma revista que fale de cultura.

A leitura é gostosa, se você não se interessa por artes plásticas, tem livros, música, cinema e teatro. Não é por afinidade que se deixa de ler a publicação.

No entanto, ela exige que se pense (não estou querendo inflar meu ego dizendo que quem a lê é inteligente, juro que não) é mais uma coisa de algumas palavras não serem usadas comumente por nós. Alguns assuntos demandam uma certa bagagem do leitor. Talvez, o que falte seja uma matéria na escola. (Não to brincando). Uma lição que ensine crianças, jovens e adultos a lerem. Não esse tipo de leitura que temos, de livros que estão muito acima da nossa capacidade no momento, exatamente para desencorajar o prazer. Precisamos de um sistema que nos ensine o prazer por entender de um assunto!

É, acho que é quase por aí....


A fazenda não tem dono...

Quem já viu a Fazenda da Record? Minha impressão é que tudo funciona muito bem, menos o Brito Junior. Ele fica tentando jogar lenha na fogueira, colocar um contra o outros. Fica tentando ditar seu ritmo, ao invés de ter o jogo de cintura que o Bial tem ao lidar com os seus "guerreiros". Falta traquejo ao Brito! De resto, a impressão é que artista vive muito mais à flor da pele que as pessoas comuns. O gente para dar piti!!!! Falta para o programa um pouco mais de ritmo. As histórias estão acontecendo. Os personagens são muito bons. Tem potencial a ser explorado, mas falta algo. Eu apostaria na substituição da peça principal: o apresentador. Dizem que é o olho do dono que engorda o gado. No caso, falta um bom dono!

terça-feira, 2 de junho de 2009

"Eu sou Stephany"

Meu nome é Stephany! Não, o meu não, mas o da nova musa do youtube é! Stephany canta "Eu sou Stephany", também chamada de melô do Cross Fox, e fez sucesso. A canção foi até cantada em cima do trio elétrico por Claudia Leitte.
Eu fiquei sabendo de sua existência por causa de uma coluna de jornal que estava contando que a paranaense foi convidada para cantar no show de Preta Gil.
Seu grande hit é uma versão da música A Thousand Miles, da Vanessa Carlton, uma melodia simples, bonitinha e ingênua. Começa aí sua primeira referência. Em seguida, impossível não reparar nos movimentos de dança à lá Beyoncé. Para realmente parecer alguém “chique” ela aparece dentro de um Cross Fox.
Ela tem um quê de cantora negra americana, com os cabelos compridos e alisados, parecendo megahair; argolas redondas na orelha, salto alto e óculos fashion...
Mas o sotaque é inconfundível! Com todas essas referências, Stephany consegue levar seu jeito para o brega. Ela dá um tom brejeiro para suas danças. No clipe, disponível no youtube, ela dança com outras duas moças em uma laje (tem algo mais brasileiro que isso?). As três não estão no mesmo compasso, nem conseguem ser tão sensuais quanto desejam transparecer...
Um show de cenas engraçadas! No entanto, faz o maior sucesso. Fico pensando se o referencial da população de algo bom é isso mesmo ou se as pessoas gostam por ser engraçado. Ta, não sou tão ingênua, sei que é porque realmente gostam e acho que vêem personagens como esse, como pessoas a serem seguidas.
Stephany, Joelma e muitas outras, são mulheres do povo, especialmente do nordeste e a fácil identificação do público com elas, todo esse glamour brega faz sentindo na vida dos milhares de fãs.
Como Stephany mesmo diz: “Eu sou ‘dimais’”

* agradecimento especial ao namoradinho lindo que ajudou com a pesquisa do post :)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Desastre do jornalismo

Temos um novo desastre! Na Rede TV!, eles dão as novas informações, como o funcionário público que deveria usar o avião que está desaparecido para voltar ao Brasil, ele conhecia uma mulher no avião. Está mais que batido dizer que chega a ser hilária a cobertura de eventos trágicos assim. A ânsia para dar novidades, “furos” e “levar ao telespectador todas as informações necessárias” acaba disponibilizando o excesso da falta do que dizer.
Foi assim com outros “grandes casos”, quem não lembra da Isabela Nardoni, da Suzane von Richthofen, do Felipe Caffé e da Liana Friedenbach, entre tantos outros que causaram comoção geral e muito motivo para ocupar os noticiários. Ficamos esperando a onda passar. Alguns até desistem e simplesmente se desligam do fato!
É uma pena que nós, jornalistas, não somos capazes de mudar esse quadro tão hossível, o tal do Showrnalismo” tão criticado no livro com o mesmo nome de José Arbex Jr. Na faculdade, aprendemos a criticar esse tipo de transmissão. Os estudantes, ingênuos e sonhadores acreditam que seria possível mudar algumas coisas. No entanto, quando chega nossa grande chance, perpetuamos o status quo! De onde vem essa falha? O que podemos fazer para mudar a situação?

sábado, 30 de maio de 2009

Luluzinha também cresceu!

Confesso que nunca fui muito fã da Luluzinha e tudo indica que essa impressão ruim que eu tinha do desenho não passou. A mocinha, tal qual a Mônica cresceu e também se transformou em mangá.

A Ediouro está divulgando que gastou mais de R$ 1 milhão para encontrar o tom certo da sensualidade que o alvo do produto exige. A estilista Glória Khalil foi a responsável pelo visual da personagem.

Vale notar que as garotinhas viraram adolescentes com o corpo perfeito, estilosas e lindas!

Uma disputa e tanto para as garotas normais que tem TPM, conflitos com o próprio corpo, insatisfação com o seu estilo de vida... e por aí vai!

Daqui a pouco, serão transformadas em Barbies, com mil e uma profissões, peitos e bundas em ordem e ainda namorando o Ken ou o Bob (nunca soube dizer qual era mesmo o par dela).

É o tal problema da erotização de personagens infantis. Ok, as duas foram feitas para serem vendidas para adolescentes e não vivemos mais em uma sociedade tão tacanha que proíbe falar sobre sexo e outros assuntos obscuros (será?).

O Cebolinha “pira” diversas vezes olhando para a bunda e para o peito da Mônica!!! Será que mostrando essa atitude eles não estão dizendo algo do tipo: “olha, é normal ficar ‘secando’ as mulheres. Vamos, faça igual”.

Existe uma repetição de padrões e comportamentos machistas que acabam então ficando sedimentados no imaginário da sociedade, que passa a repetir, reproduzir, pérolas como essa.

Não li ainda a história da Luluzinha, mas a foto que está sendo divulgada diz muito sobre isso...

E aí, enquanto a gente lia sobre um garoto que tentava dominar a rua e só se dava mal, as crianças de hoje (que apesar de não serem o alvo vão acabar criando uma identificação com o produto e classificá-lo como um modelo a ser seguido) irão ler sobre como uma adolescente gostosa pode ser olhada indiscretamente, usar saia curta para conquistar e servir como modelo de perfeição a ser alcançada.



PS – eu acompanho o gibi da Mônica e tirando alguns detalhes, estou gostando bastante....

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Turma da Mônica Jovem

Já teve a oportunidade de ler o novo gibi da Mônica? A turminha cresceu e está acompanhando o avanço do mundo. A nova roupagem causa um certo estranhamento para quem acompanhou aquelas historinhas com a baixinha, dentuça e gorducha da mônica. Hoje ela está bem mais “caliente”. Com saia curtíssima e celular que toca música dos Beatles, a filha do Maurício de Sousa, está toda moderninha, até beijando na boca!!! Mas o que chama atenção mesmo é a forma escolhida para se atualizar no que diz questão à linguagem. Acredite, o “vc” é mais que bem-vindo no gibi. Existem muitas outras coisas interessantes para falar, no entanto, observa-se que a linguagem da internet pulou para os quadrinhos e “tomou conta geral”. A questão que se abre é: seria um desserviço para a educação?
Qual o papel dessa leitura? Posso contar que eu só desenvolvi meu gosto por leitura por causa do exemplo (via minha mãe lendo) e pelos gibis da Mônica (ficava no supermercado na parte de revistaria lendo livros e os gibis enquanto meus pais faziam compras). Se com esse tipo de atitude eles conseguirem conquistar novos leitores, excelente! Mas e se acontecer o contrário? E se nossos queridos jovens da vida real passarem a achar que você é “vc” mesmo? A língua falada é mutante, mas podemos permitir isso na língua escrita? Seria um protecionismo excessivo ou existe razão para ficar incomodada?

terça-feira, 26 de maio de 2009

Eu...

Ligue o rádio agora ou tente lembrar-se da sua letra preferida de música. Vamos fazer uma aposta? Dou uma meia furada para quem pensar ou ouvir uma canção que não tenha o onipresente “Eu”.

A teoria é que o individualismo exarcebado e incitado pela nossa cultura está sendo refletido diretamente na música. O Eu marcando seu espaço. O pronome aparecendo inclusive físicamente.

Por uma questão social, que não é o tema de debate aqui, somos cidadãos apolíticos. O resultado desse distanciamento da política, (um breve exercício lingüístico: política, polis, cidade. Ou seja, tudo que diz respeito à cidade, não necessariamente à conjuntura política, partidos e tudo mais), existe um discurso vazio. Os problemas sociais, com raras exceções não preocupam. O que importa é a dor de cotovelo, o amor que brota no peito, a vida festeira e outros temas que nada trazem de novo.

Falta verdade à música brasileira. (Só um adendo: não é saudosismo pois não vivi os grandes momentos da história musical.) Falta falar sobre a verdade de cada um, sobre nossos problemas. Falta apontar soluções. Uma volta ao passado com os olhos no futuro é sempre a solução para os problemas em grandes crises. A história é cíclica, no entanto, foi essa mesma história que nos trouxe até aqui, no mundo de hoje.

Uma ressalva: vale falar que o circo pode ser o nosso “Tupy or not tupy” (não entendeu? Dê um Google no movimento antropofágico liderado por Oswald de Andrade). Estamos vendo uma valorização do circo que já está deixando de existir no espaço físico como era antigamente. Com a proibição dos animais nas apresentações, a desvalorização dessa arte e o interesse pela tecnologia o espetáculo tem sido reinventado. Como o que faz o grupo Teatro Mágico. O Cirque Du Soleil é a apropriação disso pela classe dominante. O homem no semáforo, representa a diversão daqueles despossuídos, os pobres!

Talvez, o fato de não termos tido nenhuma ruptura, como a semana de arte moderna (já sabe, Google), prejudique a observação de tais mudanças. Como o sapo na água quente. Se você o coloca na água fervida, ele pula fora, agora, se for aquecendo gradativamente, ele não percebe e morre...

Como será com a gente? Existe caminho para uma nova cultura? Qual será o nosso próximo passo?

Nem sei por que escolhi fazer uma pós. Foi o embalo de um bom preço, curto período e a vontade de conhecer coisas novas. Dali, veio a ideia de fazer um blog. Sugestão de uma professora. Era pra ser da sala inteira, como não houve entusiasmo do pessoal, resolvi tentar sozinha.Sendo sincera, ainda não defini exatamente sobre o que escrever, daí vem o nome genérico Só Coisas da Ju... Uma forma de livrar minha cara de precisar manter um padrão.

Chega de conversa fiada, pro primeiro post resolvi escrever sobre o papel da mulher. Não é um papo feminista, juro! É que estamos acostumados a idealizar a mulher, normalmente vinculada com a figura da mãe, aquela sábia que está sempre pronta a ajudar, a rainha do lar. Existe ainda a mulher trabalhadora: eficiente, independente e bem resolvida. Não posso esquecer de citar o outro lado, a mulher-produto - usada pelos outros e por si mesma.

No entanto, existe uma figura feminina pouco apontada em nossos produtos culturais, a mulher sertaneja. E é exatamente dela que fala o grupo teatral Mulheres de Eldorado. Importante notar que as componentes do grupo são representantes dessa mulher, em idades entre 23 a 70, são trabalhadoras, pouco estudadas, possuem filhos, o rosto trazem as marcas da vida já vivida.

O projeto surgiu no bairro de Eldorado na cidade de Diadema, na grande São Paulo, e é coordenado e coreografado por Rose Maria de Souza. O intuito é usar a dança para descobrir a auto-estima e a cidadania. Juntas desde 1994, elas apresentaram a peça Maria Resistência. É um momento de descoberta ou de redescoberta de um modelo feminino adormecido no imaginário nacional. A lembrança de que nossa história não foi feita apenas de Lampião, como lembra Rose Maria, no especial Mulheres do Eldorado, da SESC TV, existiu Maria Bonita também! Suas descendentes continuam vivas, batalhando pela sobrevivência nesse grande sertão chamado Brasil.